segunda-feira, 3 de dezembro de 2012

As qualidades de um DBA

Muitos profissionais no mercado de TI anseiam por se tornar DBAs, sempre pensando no glamour ligado a essa atividade principalmente pela importância dessa posição na TI das empresas e também no salário, um dos mais altos dos profissionais especialistas.
Mas para ser um bom DBA e de fato fazer jus a todo esse glamour, não basta ser um excelente técnico, certificado pelas empresas fornecedoras do produtos. Se quiser ser um DBA de verdade, precisará também ter posturas, atitudes e ações que farão realmente a diferença. Veja algumas delas:
  • Trabalhe em empresas que processam altos volumes de dados: bancos, bolsas de valores, empresas de telefonia, de transporte, governo. Nessas empresas você poderá trabalhar com soluções robustas de armazenamento, performance, alta disponibilidade, e grid, além de conseguir perceber situações que somente acontecem nessas empresas, como por exemplo, não conseguir compilar objetos por causa da alta utilização concorrente.
  • Tenha boa vontade. Por muitas vezes você será acionado para atender incidentes para os quais terá a certeza que não dizem respeito a banco de dados. Mesmo que tenha certeza, conecte-se e analise. Muitas vezes esses incidentes serão realmente de sua responsabilidade.
  • Não seja o "porteiro da boate". Como você é o administrador somente você tem a capacidade de solucionar incidentes e solicitações de seus colegas. Não faça o papel de "porteiro", privilegiando seus amigos no trabalho e sua disponibilidade/vontade. Atenda todos igualmente.
  • Aprenda a não viver de elogios. Uma área de suporte só é percebida quando acontecem falhas, assim como um goleiro de um time que só é percebido quando "toma um frango". Então não espere elogios quando tudo estiver bem, pois eles normalmente não vem (há exceções, é claro). Então, apesar disso, estruture-se e não deixe de trabalhar proativamente.
  • Tenha disposição. Ser DBA em grandes empresas e com grandes desafios implica em se ter disposição para trabalhar em finais de semana, feriados, madrugadas, ficar em regime de plantão (adeus à sessões de cinemas) ter paciência para entrar em calls e entender os problemas. Então, haja disposição para ser DBA.
  • Não seja religioso quanto a tecnologias, ou seja, não fique defendendo as tecnologias que porventura você prefira. A melhor tecnologia, ou o melhor banco de dados sera aquele melhor naquela oportunidade, ou seja, o de melhor custo ou de maior facilidade, ou de maior robustez de acordo com as necessidades daquele momento de sua empresa. Além disso, ficar religioso deixa você cego a novas possibilidades, tecnologias e funcionalidades.
  • Não dê privilégios a desenvolvedores em ambientes de produção, que não os autorizados explicitamente (por algum documento que comprove a autorização) por algum responsável na empresa. Você terá mais trabalho controlando e atualizando as estruturas, mas com certeza terá menos problemas.
  • Seja organizado. Não tem nada pior que um DBA "lambão"! Exercite o AD que existe em você. Se não existir esse AD, desenvolva-o. E esse desenvolvimento começa se organizando: 
    • Crie padrões para instalação dos bancos de dados (por exemplo, /oracle/app em todas os servidores Unix/Linux)
    • Crie padrões de nomes dos bancos de dados (com sufixos PRD, TST e DSV de acordo com o ambiente, por exemplo), tablespaces, tabelas, índices, partições, roles e usuários, divulgue e cobre a utilização desses padrões
    • Incentive a utilização de ferramentas Case e Modelos de Dados
    • Não deixe arquivos no sistema operacional que já tenha removido do banco.

Depois dessa lista enorme você ainda acredita que existe glamour em ser DBA?

terça-feira, 25 de setembro de 2012

"Inês é Morta"

Existe um expressão - "Inês é Morta" - que é muito usada pelo meu Diretor quando tentamos dar uma solução para um assunto ou tentamos discuti-lo quando já não há mais tempo. E quando ele a utiliza me dá um cento desconforto, pois Inês é o nome da minha mãe. E agora, como o Diretor usa muito tal expressão, um tanto de gente acha bonito também usá-la. E lá continuo eu, incomodada. Nada contra quem usa, o desconforto é meu mesmo. Mas o incômodo me trouxe a curiosidade de entender de onde veio essa expressão. Fiz algumas consultas na internet e achei o texto a seguir o mais plausível, pois as versões variam bastante quanto à dose de exagero do drama relacionado. Segue para quem tiver também a curiosidade:


          Inês de Castro (1320-1355), prima do Infante D. Pedro (1320-1367), depois Pedro I, rei de Portugal, era dama de companhia de Constança, esposa do príncipe. Um dia, quando este a viu, ficou tão atraído por sua beleza que acabou se amasiando com ela, mas o rei Afonso IV, pai de Pedro, insatisfeito com aquela situação, mandou que a recolhessem a um castelo na fronteira com a Espanha, onde a dama continuou a receber notícias do amante. Em 1345 Constança morreu, e então o príncipe, contra as ordens do pai, chamou Inês de volta e a instalou em sua casa, onde viveram maritalmente e tiveram quatro filhos. 
          Mas o rei Afonso conhecia a ambição dos parentes de Inês, e por isso começou a alarmar-se com o crescente poderio da família Castro. Esse fato, mais as intrigas que fervilhavam em todo o reino, fizeram o rei decidir matar Inês e seus filhos, entregando a Álvaro Gonçalves, Pêro Coelho e Diogo Lopes Pacheco, seus conselheiros, a responsabilidade pela execução. Ao tomar conhecimento do crime o príncipe reuniu seus homens e foi atrás dos assassinos, mas sua mãe o fez assinar com o pai um tratado de aliança que impediu momentaneamente a execução da vingança desejada. 
          Com a morte de Afonso IV a ferida foi reaberta, e Pedro, coroado rei em 1357, finalmente prendeu dois dos criminosos (pois Diogo, o terceiro, fora avisado a tempo e conseguira fugir), submetendo-os a suplícios de extrema crueldade. Por outro lado, a reabilitação de Inês de Castro revestiu-se de uma imponência nunca vista, já que seus restos mortais foram levados para o mosteiro de Alcobaça entre alas de servos empunhando grandes velas acesas, para ocupar um dos túmulo que, com o de Pedro I, constituem duas obras primas da escultura sepulcral portuguesa da Idade Média. 
          Mas as lendas sobre a morte e coroação post-mortem de Inês de Castro são de origem literária, como acontece em "Os Lusíadas", de Camões, e na tragédia "Castro", de Antonio Ferreira, uma vez que sua história serviu de tema para tragédias, poesias, romances e estudos escritos em português, espanhol, francês, inglês, italiano e holadês. A expressão “agora é tarde, Inês é morta”, hoje em aplicada nos casos em que a solução do problema só aparece quando o desenlace já aconteceu, tem muito a ver com a frase célebre de Camões ao se referir a Inês de Castro: “a que depois de morta foi rainha”. 

Texto de FERNANDO KITZINGER DANNEMANN

terça-feira, 26 de junho de 2012

Quem faz acontecer são as pessoas. A tecnologia é secundaria.

Um amigo de um amigo assim desabafou sobre nossa área de TI:

“Eu já estou na fase de não esperar mais nada desta área. Voltei a programar e já estou com o saco cheio.

Outro dia me passaram uma manutenção numa teluxa do mainframe. Simples né? Pois quando olhei aquela porra tomei um susto. A tela mandava mensagens de erro para a impressora do usuário!!!
Isto mesmo. Cada erro do coitado imprimia uma folha com a mensagem para o cara corrigir. Inclusive quando dava certo. Arranquei tudo aquilo e joguei a mensagem na tela, com o sentimento de dever ecológico cumprido. Pois, meu amigo, levei uma comida da analista responsável pois aquilo era questão de auditoria. Não segurei o riso!! Imagine quantos armários o usuário deve ter para armazenar cada mensagem de erro impressa. É claro que o cara jogava tudo no reciclado. No final prevaleceu o meu argumento e o papel foi eliminado. Pra quem já re-estruturou a lógica do solve de veículos e teve que passar noites pensando na lógica de seqüenciamento dos veículos nos “potes” de produção, isto é uma grande bobagem.  
 
O problema são as pessoas, meu amigo, e o grande teatro que virou a área de TI.
 
Agora temos especialistas em tudo e ninguém sabe nada. Por conseqüência, ninguém se compromete com nada.
 
Estou num projeto que na nossa época se fazia com uma equipe de 5 pessoas daquelas comprometidas. Hoje tem o cliente, 4 analistas de desenvolvimento, 5 terceirizados, gerentes de projeto, fabrica de software, 2 analistas de suporte e  3 empresas externas. E a porra não sai!!
 
Imagino esta estrutura comunizando processos e sistemas como fizemos naquela época ou quando implantamos o primeiro sistema Web de captação de pedidos em 1997. A equipe era eu em processos no usuário, a Cristina em sistemas e 3 programadores para fazer o sistema Web. Implantamos em todos os revendedores da empresa usando internet discada pelo IG!!!!
 
Quem faz acontecer são as pessoas. A tecnologia é secundaria.”